RELÓGIO

sábado, 8 de setembro de 2012

Chiquinho Germano - o último dos coronéis do Sertão Potiguar

Chiquinho Germano -  o último dos coronéis do Sertão Potiguar

            Não seria justo de se escrever um livro falando sobre o último dos remanescentes do coronelisno norte-rio-grandense, que é o coronel Francisco Germano Filho – CHIQUINHO GERMANO, apesar dele não aceitar essa pecha, mas essa denominação já é corriqueira na região, tendo em vista que a imprensa de nossa região  sempre costuma de assim o chamar - Coronel Chiquinho  Germano, atual prefeito do município de Rodolfo Fernandes, sem antes de não explicar aos leitores desta obra sobre essa patente e quem foram seus antecessores. Primeiramente vamos descrever referente à patente de coronel. Patente surgida com a criação da Guarda Nacional pela  Regência  Trina Permanente, eleita pela Assembléia Geral, em 17/6/1831,substituída pela Regência Uma em 12/10/1835, através de uma lei datada de 18 de agosto de 1831, em substituição às antigas Milícias de 0rdenação.  Em plena crise da Regência, ela nasce para garantir a ordem interna nas províncias e áreas distantes do poder central. Seus comandantes são os grandes proprietários rurais, que atingem até a patente de coronel. Muitos desses coronéis enriqueceram com a indústria da seca na região do Nordeste, como também deixaram essa terrível herança para a maioria de nossos atuais políticos, que deverá ser extinta com a realização da transposição do Rio São Francisco. Os milicianos são recrutados entre empregados, agregados e a população pobre em geral. Eles combatem quilombos, perseguem negros fugitivos e expulsam posseiros e índios das fazendas. Após a proclamação da República, a Guarda Nacional é extinta, mas os coronéis mantêm o poder em suas terras e em área de influência, especialmente nos sertões do Nordeste. Eles garantem a eleição de candidatos do governo federal e estadual, fazem propaganda, controlam as eleições e a apuração. Trocam de favores por votos, prática que se apóia nas velhas relações paternalistas nascidas na sociedade colonial. Isso dos coronéis peças fundamentais para o sucesso da “política dos governadores”, esquema montado pelo presidente da República Manoel Ferraz de Campos Sales (15/11/1892 – 15/11/1902), nascido a 13 de fevereiro de 1841 e falecido em 26 de junho de 1913. Todo esse poder só começa a se extinguir com a urbanização e a industrialização do País. Sobretudo a partir de 1930. Estando atualmente em quase total extinção. Acho que depois do desaparecimento de Chiquinho Germano o coronelismo  em nossa região venha ser extinto por completamente. Queremos ressaltar que o penúltimo coronel e penúltima liderança política dos anos 60 -  Aluízio Alves, nascido a 11/8/1921, faleceu no dia 6 de maio de 2006, com  84 anos de idade.
            Na época da criação da Guarda Nacional do Brasil, aqui no Rio Grande do Norte o administrador estadual era o senhor Antonio da Rocha Bezerra, membro do Conselho da Província, eleito em 30 de agosto de 1825, que governou de 10 de março de 1830 a 22 de fevereiro de 1832.
            O coronel, para exercer sua influência em sua região, tinha que ser “homem macho”, capaz de matar ou mandar matar qualquer pessoa (diferemente de Chiquinho Gemano, que é um coronel do bem) que contrariasse os seus interesses.  Contava também com um grande número de protegidos, seus afilhados. Portanto, o coronelismo é a “estrutura política por intermédio da qual: os chefes de clãs rurais e grandes latifundiários assumiram o controle da política.” E acrescennta: “a distribuição de postos da Guarda Nacional, que exercia mais funções de “ordem homorifica” do que, propriamente, de corpo de tropa, obedecia ao critério de posição social e político dos indivíduos”.
            O coronel é portanto, o chefe político, quase sempre o grande latifundiário, exercendo um verdadeiro monopólio da terra em seu seio uma economia voltada essencialmente para a exportação de alguns produtos, entravou brutalmente o crescimento das forças produtivas”.
            É impossível de se falar na extinta estrutura política do coronelismo aqui no Estado do Rio Grande do Norte, e em lideranças políticas, sem que não se fale no saudoso Major Theodorico Bezerra (23/7/1903 – 5/9/1994), que foi o principal personagem desse regime em todo o território potiguar, ficando conhcido como “Imperador do Sertão” e  do saudoso ALUÍZIO ALVES, nascido em Angicos-RN, em 11 de agosto de 1921 e falecido em Natal no dia 6 de maio de 2006, penúltima liderança dos anos 60, e  o bacuraú mais antigo. Ele sempre foi adversário  do bicudo Chiquinho Germano, o qual deixou um legado para ser seguido pelos nossos atuais e futuros políticos. Portanto, digo sem medo de errar, Chiquinho Germano é realmente a úlima liderança dos anos 60,  depois dos desaparecimentos de Dinarte Mariz, Tarcísio Maia, Dix-huit Rosado, Vingt Rosado e  de ALUÍZIO ALVES. A seguir conheca um pouquinho da vida desses dois grandes políticos potiguares, começando pelo Major Theodorico e posteriormente a do “cigano feiticeiro” - Aluízio, que fechou um ciclo dos grandes líderes políticos do Estado do Rio Grande do Norte, restando agora apenas a personagem  de Chiquinho, que apesar de não ser um líder  totalmente conhecido em todo território estadual, mas é  com a maior certeza a última grande liderança viva surgida no início da década de 1960, com abrangência em toda a região do Oeste Potiguar.
            Nascido no município de Santa Cruz-RN, em 23/7/1903, filho de José Pedro Bezerra e de Anna  Bezerra de Souza (Donana). Fez os primeiros estudos em sua terra natal. Em 1917 exercia o comércio, como ambulante, em princípio comprando e vendendo tudo, mas o negócio de couro é que tem maior expressão. Parou suas atividades quando foi servir o exército, mais precisamente no 21º Batalhão de Caçadores, em Natal, onde permaneceu de 1923 até 1924, quando chegou até a graduação de cabo. Por essa razão, ficou conhecido pela alcunha de “cabo”. O título de “major” apareceu depois, quando militava na política.
            Saindo do exército, comprou, juntamente com um amigo, um caminhão. Depois, vendeu sua parte e comprou, em Natal, o “Hotel dos Leões”. Aos poucos, foi comprando outros: “o Internacional”, “Avenida” e o “Palace Hotel”, até fixar-se definitivamente no ramo com o arrendamento do ‘Grande Hotel”, inaugurado em 13 de maio de 1939.
            Theodorico Bezerra, apesar de suas ‘númeras atividades, ficou conhecido sobretudo como algo que na realidade nunca deixou de ser: um coronel que emerge e se modela no trânsito entre o novo apogeu do coronelismo e seu rápido declínio. Projeta o perfil de um ‘novo coronel’ despido das características anteriores de truculência, jaguncismo, desacato às autoridades constituídas que lhe estorvassem os propósitos particulares ventindo-o de uma roupagem de porte mais ajustado ao figurino da época que transcorre: pacifismo, moradores desarmados, colaboção às instituições governamentais.
            Um dos traços fundamentais da personalidade de Theodorico Bezerra é o seu dinamismo. Sempre procurou diversificar suas atividades, sendo vencedor em todas elas. Como fazendeiro, chegou a criar um verdadeiro império: Irapuru, comprada no ano de 1928 – A fazenda compreendida entre os municípios de Santa Cruz, Tangará e São José de Campestre, tinha 14 hectares de extensão, foi adquirida por cercam de  12 contos de réis. Nessa fazenda possuía dois principais açudes do Estado – Trairi e Japi – viviam sob as asas do major Theodorico cerca de três mil pessoas que, segundo as regras por ele estabelecidas, deveriam andar na linha. No entanto, algumas de suas “normas”, conforme era possível observar em suas “cadernetas” – pois cada morador de Iarapuru tinha a sua – a regidez no trato com os trabalhadores.
            Algumas delas chegavam ao absurdo de exigir que os pais criassem os filhos sem que os primeiros, os pais pudessem aprender a ler e escrever, sob pena de serem expulsom da propriedade. No entanto, os moradores da fazenda eram obrigados a, como diziam as condições, “botar os filhos na Escola”. Na fazenda Iapuru, apesar das regidas regras de conduta estabelecidas pelo major Theodorico, as famílias obtinham participação naquilo que era produzido dentro da propriedade. Esta “partilha” era muita vezes objeto dos comentários do major, que se afirmava aos que o conheciam como socialista. “Ele se dizia socialista e costumava confirmar sua teoria afirmando ser o proprietário, por exemplo, das vacas, mas o leite era da comunidade”.       Como comerciante, se tornou sócio de uma agência de carros; proprietário de uma farmácia; dono de uma casa de fogos. Chegando inclusive a fazer parte da diretoria da Associação Comercial de Natal (Fundada em 2/10/1892, que teve como primeiro presidente o Sr. Fabrício Gomes Pedroza). Como político, foi um grande líder, com uma importante participação na vida partidária do Rio Grande do Norte. Entrou para a política sob a influência do Interventor DIOCLÉCIO DANTAS DUARTE (16/10/1894 – 22/12/1975), que era Secretário-Geral do Interventor Georgino Avelino (31/7/1887 – 2/4/1959), e administrou o Estado no período de 19/10 a 17/11/45. No dia 23/5/1945 ingressou no Partido Social Democrático. No 19/1/1947, foi eleito deputado estadual. Naquele ano José Augusto Varela (28/11/1896 – 14/6/1976), seu amigo, venceu as eleições para governandor, derrotando seu opositor, o dr. Floriano Cavalcanti de Albuquerque (10/12/1895 – 7/10/1973), com uma maioria de  50,028 votos.
            O primeiro projeto de Lei de Theodorico Bezerra na Assembléia Legislativa foi a criação de São José de Campestre, que se transformou  na Lei nº 146, de 23/12/1948, que criou o referido município, desmembrando do de Nova Cruz. Foi também membro da Comissão do Comércio, Indústria, Agricultura e 0bras Públicas.
            No dia 3/2/1949, assumiu o comando do PSD-Partido Social Democrático. Em 3/10/1950 foi eleito deputado federal. No ano de 1960 apoiou Aluízio Alves (Angicos, 21/8/1921) e Monsenhor Walfredo Dantas Gurgel (Caicó, 2/10/1908 – Natal, 4/11/1971) para governador e vice respectivamente, que em 3 de outubro venceram seus opositores Djalma Marinho e Jerônimo Vingt Rosado Maia. Seis anos depois, mais precisamente no dia 15 de novembro de 1966, o major Theodorico acostumado a vencer, obteve sua primeira derrota na política: não conseguiu se eleger senador da República, perdendo para o dr. Francisco Duarte Filho.
            Como político, é claro, possuía uma visão coronelística. Tudo era válido, contanto que levasse à vitória: “ameaça, suborno, pedido humilde, favores, traições, e  tudo”.
            Em sua fazenda Irapuru, recebia os visitantes com grandes festas. Possuia duas bandas, uma integrada por homens e outra composta totalmente por mulheres.
            Cera vez, recebeu uma turma de alunos e professores de uma escola do município de Natal, soltando foguetões e com desfile das duas bandas. Uma moça, ao sair do ônibus, descascava uma laranja para comer, Theodorico viu e ordenou que a estudante guardasse a laranja porque, caso contrário, não teria fome na hora do almoço. E foi servido realmente um grande banquete farto em alimento e bebidas.
            Theodorico Bezerra, inteligente e trabalhador, sabendo tirar proveito da influência que desftutava na política, conseguiu somar uma grande fortuna. Em suas fazendas chegou a produzir, às vezes, mil quilos de algodão. Possuia, ainda duas usinas de beneficiamento de algodão; três fábricas de óleo, e uma refinaria de óleo. Em Natal, dirigiu o Grande Hotel, que teve um papel de destaque durante a Segunda Guerra Mundial, considerado como o melhor da cidade. Foi dono da Rádio Trairi, atual Tropical (inaugurada em 1/9/1962, que teve como primeiro diretor, o senhor Tales Magalhães Dantas. Em 21/9/1984 passou a se chamar Tropical de Natal, de José Agripino Maia) e do Jornal do Comércio de Natal, fundado em 1/5/1926.
            “Trabalhador tem que acordar cedo, andar ligeiro e conversar pouco”. “Viver sem trabalhar é a maior maldição da vida”. As frases acima  eram uma das muitas frases na parede da casa da fazenda de Theodorico Bezerra, as quais serviam de lema para um dos homens que representaram seu tempo, um dos últimos coronéis potiguares. Ele era dono de uma personalidade forte que muitas vezes chegava a desagradar alguns, mas era também dono de uma visão progressita de futuro e de uma, apesar do que tem-se dito ao longo dos anos,  visão social à frente de seu tempo. Muitas de suas ações eram tidas como puramente políticas, quando, na verdade, não eram. Ele incorporava a questão do espírito público. É nome do Centro de Eventos do hotel Escola Barreira Roxa, em Natal.
            Um dos filhos de Theodorico Bezerra de nome Kleber de Carvalho Bezerra, em 15/11/1982, foi eleito deputado estadual, pela legenda do PFL, com 15.793 votos, e reeleito em 15/11/1986. Seu primo Lauro Gonçalves Bezerra também exerceu o mandato de deputado estadual.  Atualmente, um de seus primos: Fernando Luiz Gonçalves Bezerra (20/2/41), filho de João Bianor Bezerra e de Hermilia Gonçalves Bezerra, exerce o mandato de senador da República, além de ter exercido por vários anos a presidência da Confederação Nacional da Indústria. O pai de Fernando Bezerra também exerceu o mandato de prefeito de Santa Cruz, no período de 31/3/1953 – 31/1/1958, além desses bezerra, podemos citar ainda: Aluízio Bezerra, deputado; José Bezerra Cavalcante, prefeito de Santa Cruz, de 31/1/1969 – 31/1/1973). Dr. Jáecio Luiz Bezerra Fiúza, prefeito  nomeado em 19/9/1945.  Sua mãe, dona Ana Bezerra foi à primeira proprietária de hotel de sua terra natal denominado de “Hotel Santacruzense”, inaugurado em 1915. Ela é patrona da Maternidade dessa cidade, instalada em  4/2/1952. Theodorico é patrono de uma escola municipal na cidade de Santa Cruz, cuja homenagem foi feita com ele vivo, e o  Parque de Vaquejada da cidade de Tangará tem ele como patrono.
        Em 1978, após passar um período em Natal, o cartunista Henfil, familiarizado com algumas rotinas da capital, tomou conhecimento daquele que seria um dos “últimos dos coronéis do sertão”: theodorico Bezerra. Foi por intermédio do cartunista que, através da Rede Globo, foi filmado o documentário Major Theodorico, o Imperador do Sertão, do diretor Eduardo Coutinho.
            Henfil manteve contato com a Rede Globo de Televisão, no Rio de Janeiro, e falou sobre a descoberta daquele que seria um dos últimos remanescentes do coronelismo. A emisssora comprou a idéia e manteve contato com Theodorico para acertar os detalhes da empreitada. No filme ele relata este fato, mas o sobrinho Lauro Gonçalves Bezerra, no livro que tem o mesmo da produção, afirma que, quando indigado sobre a intenção da emissora em realizar um filme documentário sobre ele, Theodorico mostrou-se receoso com a “entrevista” afirmando que seria cara. Ao saber que todo o trabalho se daria de graça, o “major” afirmou estar de “pleno acordo”.
            O diretor Eduardo Coutinho decidiu que, mais que apresentar a rotina daquela personalidade histórica regional, deveria permitir que ela própria que contasse sua história. Assim Coutinho procedeu: o documentário é conduzido pelo próprio “Majó” Theodorico, que versa sobre suas convições, valores, regras e como é a vivência com o poder. O filme – que não fora exibido no Estado,  pois, por ser um ano eleitoral, a Lei Falcão não permitia sua exibição – mostra o “majó” em Irapuru, no Grande Hotel e percorrendo as casas de seus “empregados” destilando sua filosofia.
            Em alguns momentos do filme, devido a sua própria natureza, o “majó”  brinda o espectador com as considerações adquiridas ao longo de sua passagem pela “Universidade da Vida”. Em uma delas, chega a justificar – à sua maneira – a poligamia. Sua casa, repleta de dizeres e recomendações, complementares as palavras e ponderações daquela figura única.
            Uma sequência chama a atenção do espectador: o momento em que o “majó” promove um surreal desfile em sua prpriedade. Trajando um misto de indumentária militar – com resquícios do cangaço - Theodorico passeia com seu visual austero juntamente com os “funcionários” da fazenda.
            Além de versar sobre sua vida, o filme mostra como se dava a relação entre o “majó” e seus protegidos. Em  um momento do filme, depois de adentrar uma moradia de sua propriedade e mostrar as regras de conduta – que deveria ser seguidas por todos -, Theodorico questiona uma moradora acerca das regras e de como esta avalia a moradia em Irapuru: positivamente avaliado, o “majó” olha a câmera como alguém que reafirma sua força.
            Major Theodorico, o Imperador do Sertão, mais que um filme que retrata uma persosalidade política potiguar, é um documento indispensável aos que querem conhecer um pouco mais acerca do passado social e político do Estado. Theodorico é a sintise dos rumos tomados pela sociedade potiguar nos últimos anos e de como esta tem-se desvencilhado do modelo por ele estabelecido.
            Theodorico Bezerra quando morreu no  dia 5 de setembro de 1994, aos 81 anos de idade,  já não desfrutava do prestígio de outrora.
            Aluízio Alves, natural de Angicos-RN, nascido em 11 de agosto de 1921, filho de Manuel Alves Filho e de Maria Fernandes Alves, com uma prole de  6 irmãos, sendo eles: Garibaldi Alves, ex-vice-governador e pai do ex-governador Garibaldi Alves Filho; Agnelo Alves ( 16/7/1932), ex-prefeito de Natal e atual prefeito de Parnamirim e pai do atual prefeito de Natal, Carlos Eduardo; o saudoso José Gobat Alves (9/9/1925 – 4/5/2004), Expedito Alves, prefeito de Angicos, eleito em 15 de novembro de 1982 e assassinado em  10 de novembro de 1983;   Maria de Lourdes Alves e Madre Carmem Alves. Jornalista, advogado, escritor e político. Com 13 anos de idade escrevia sozinho o jornal datilografado denominado de CLARIM, que o fazia circular com a crônica dos fatos angicanos, fazendo antever o jornalista e tribuno político que se destacaria mais tarde à frente de grandes jornais, como a Tribuna da Imprensa, do Rio de Janeiro, e a Tribuna do Norte, de Natal, fundado por ele, em  24 de março de 1950, e galgaria os mais altos postos da política, sendo o mais jovem constituinte nacional,com apenas 24 anos, eleito em 2 de dezembro de 1945, e assinou a Constituição em 18 de setembro de 1846, governador do Estado, eleito em 3 de outubro de 1960,  juntamente com o seu companheiro de chapa, o Monsenhor Walfredo Gurgel (2/12/1908 – 4/11/1971), vencendo seus opositores, Djalma Marinho e Vingt Rosado, cuja campanha  serviu para o ingresso de Chiquinho Germano na política, acontecendo a primeira e última derrota de Francisco Germano; ministro em duas vezes, de Administração, em 1985, na gestão de José Ribamar Ferreira de Araújo Costa (Maranhense, 24/4/1930)  e da Integração   Regional, em 1994, no governo de Itamar  Augusto  Cautiero Franco (Mineiro,  28//6/1931)  e  seu último mandato foi em 1998 como deputado federal, eleito juntamente com seu filho Henrique.
            Os companheiros de geração não entendiam porque Aluízio Alves não freqüentavam, com ele, os bares, as festas, os bailes, a boemia, como era natural na sua  adolescência, 17 anos, para viver trancado em repartições, arquivos, cartórios, de Natal e do interior, atrás de documentos seculares. De todos, que zombavam de sua obsessão, deu a resposta: no dia 11 de agosto de 1939, nos seus 18 anos de idade, presenteava a si mesmo e os seus conterrâneos, com a publicação de seu primeiro livro com o título “ANGICOS”, com 368 páginas sobre as origens, a vida adminsitrativa e política, a economia, a vida cultural de sua terra natal.
            Aluízio Alves começou a se interessar pela política no ano de 1931, com 10 anos de idade, quando, após a derrubada do prefeito de Angicos Miguel Rufino Pinheiro, que havia tomado posse em 20 de outubro de 1930, nomeado para substituir a pessoa de Francisco Gonzaga Galvão, primeiro prefeito constitucional de Angicos, eleito em 2 de setembro de 1928, seu pai Manoel Alves Filho, foi nomeado prefeito pelo interventor Aluízio de Andrade Moura (25/4/1905 – 13/11/1973), tomando posse em 20 abril de 1931 e governando até 16 de outubro de 1932, quando foi substituído por João Bezerra Cavalcante.
            A resolução de 1964 cassou o seu mandato de governador e seus direitos políticos por 10 anos, impedindo de se apresentar em campanhas políticas, jronais, Rádio e Tv. Ele lançou seu filho Henrique Alves a deputado federal, com apenas 21 anos de idade, eleito em 15 de novembro de 1970, sendo o deputado mais votado do Brasil, e reeleitos em todos os pleitos eleitorais registrados até hohe: 15 de novembro de 1974, 15 de novembro de 1978, 15 de novembro de 1982, 15 de novembro de 1986,15 de novembro de 1990, 3 de outubro de 1994, 4 de outubro de 1998 e 3 de outubro de 2002, totalizando assim 8 mandatos. Além de Henrique, ele também elegeu sua filha Ana Catarina, eleita em 3 de outubro de 1994, juntamente com o irmão. Aluízio Alves mostrou sua capacidade e inteligência, vivendo no meio empresarial do Rio de Janeiro e São Paulo, chegou a vice-presidente do Grupo UEB, beneficiando o nosso Estado com diversos projetos de alto gabarito, trazendo emprego para os potiguares, mais notadamente para Natal. Em 1978, retornou a vida pública na chamada ‘paz pública’, num acordo com o governador Tarcísio Maia, apoiando o senador Jessé Pinto Freire (19/11/1918 – 13/10/1980). Eleito Jessé Freire, os acordos não aconteceram como Aluízio Alves esperava. Estacelado o acordo aonde o único beneficiado foi Jessé Freire, e o suplente José de Souza Martins Filho (9/3/1934), que assumiu a cadeira do Senado com o falecimento do titular. Aluízio começou a trabalhar seu nome para o governo do Estado. Ele foi candidato a governador, porém encontrou um adversário chamado José Agripino Maia, filho do ex-governador Tarcísio Maia, que o derrotou implacavelmente com uma maioria de 107 mil votos.
            Aluízio casou-se em 30 de setembro de  1944, com Ivone Lira Alves, nascida em 1926  e falecida em 30 de agosto de 2003, filha de Luiz Lyra e de Lídia de Oliveira Lyra, pai de 4 filhos: Henrique Alves Lyra Alves, nascido em  9 de dezembro de 1948, Ana Catarina Lyra Alves, nascida em 9 de dezembro de 1918, Aluízio Alves Filho, o primogênito e Henrique José. Deixou sete netos, sendo eles: Aluízio Neto, filho de Aluízio Filho; Ana  Carla, José Eduardo e Ana Carolina, filhas de Ana Catarina; Eduardo José e Pedro Henrique, filhos de Henrique. Deixou também dois bisnetos: Mateus e Rafael, filhos de Aluízio Neto.
            Veja o que disse o  senador José Agripino: “Aluízio Alves é o último que vai de uma safra de políticos dos quais fizeram parte Dinarte Mariz, Tarcísio Maia, Jessé Pinto Freire e Theodorico Bezerra. Era o último dessa geração e, talvez, tenha sido o que mais longe foi, ao exercer mandatos de deputado federal, de governador e, por duas vezes, ter sido ministro de estado. Outra condição singular foi que ele morreu líder. Nunca se afastou da política. Quando foi governador, esteve a frente de seu tempo e, como político transcedeu os limites do Rio Grande do Norte. Vai fazer falta à Unidade Popular”.
            Aluízio Alves  faleceu às 14h45 do 6 de maio de 2006, depois de 4 dias de internação na Casa de Saúde São Lucas, no bairro do Tirol, em Natal, deixando um legado de vida para as atuais e futuras gerações de ter sido sempre um homem além de seu tempo. A barragem de Santa Cruz, no município de Apodi deverá ser denominada de Aluízio Alves.
            Portanto, no regime do coronelismo foi um tempo em que a  figura mais importante e poderoso no interior do Estado era o coronel. Personagem hoje quase em extinção, talvez, Chiquinho Germano seja o último dos coronéis potiguares. Sua palavra era lei irrecorrível, suas sentenças definitivas, seus julgamentos infalíveis. Aqui no Rio Grande do Norte havia as figuras paradigmáticas de vários coronéis, além de Theodorico Bezerra.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

PORTAL TERRAS POTIGUARES NEWS

PORTAL TERRAS POTIGUARES NEWS
COM 16 BLOGS E 1350 LINKS - CRIADO A 28 DE DEZEMBRO DE 2008, PELO STPM JOTA MARIA, COM A COLABORAÇÃO DE JOATEMESHON, JULLYETTH E JÚNIOR - MOSSORÓ-RN

Arquivo do blog