RELÓGIO

sábado, 8 de setembro de 2012

PALAVRAS DE CHIQUINHO GERMANO

A Palavra de
Chiquinho Germano

            “Poderei um dia mudar de partido, pois só os loucos têm idéias fixas”.
            - Do autor e dos jornais Gazeta do Oeste e o De Fato, ambos editados na cidade de Mossoró.
            O senhor herdou a votação política de sua família?
            Chiquinho: Não. Apesar de meu avô de criação, Marcelino Vieira, pai de José Vieira, meu pai de criação, ter sido prefeito de Luís Gomes em cinco períodos. Meu tio de criação, João Batista Fernandes Vieira foi o primeiro prefeito do município de Marcelino Vieira, isso no ano de 1954. Meu tio, o coronel Antonio Germano, irmão de meu pai, foi grande líder político de Luís Gomes, como também fora prefeito por duas vezes. Outro parente meu, de nome João Germano também exerceu o cargo de prefeito de Luís Gomes. Enfim, meu pai foi prefeito de minha terra natal por duas vezes. Porém, esses políticos não chegaram a me influenciar, tendo em vista, eles exerceram suas políticas numa época que eu sequer era nascido, exceto de João Germano em 1937 e João Vieira, em 1954. Acho que cada um faz sua política da maneira que considerar melhor.
            O senhor é o último dos coronéis do Rio Grande do Norte, lideranças que durante décadas exerceram forte influência no sertão. Qual o motivo para a extinção dessa figura tão importante para a história política estadual e nacional?
            Chiquinho: a liderança nunca deixa a política. É o povo que deixa a liderança. Novas lideranças surgiram nos últimos anos e acabaram com o domínio único até então existente.
            O senhor está completando neste ano de 2006, 46 anos de vida pública. Existe alguma diferença na forma de fazer política de hoje para o início de sua trajetória?
            Chiquinho: Meu estilo é o mesmo de 46 anos atrás. Se existe outra forma de fazer política, eu não aplico. Time que está ganhando não deve sofrer mudança.
            Naquela época havia mais fanatismo? Os correligionários eram mais fiéis e radicais?
            Chiquinho: Cada um tem seu caráter. Eu sigo a mesma linha política de 46 anos atrás. Poderei um dia mudar, pois só os loucos têm idéias fixas. As lideranças de 1960, por exemplo, eram mais firmes e empenhadas. Mas sempre houve mudança partidária. Em relação ao radicalismo político, quanto menor a cidade, maior o radicalismo político, que vem diminuindo no Estado nos últimos anos.
            Essa felicidade é o segredo para o sucesso de sua militância política? Afinal, o senhor coleciona apenas uma derrota ao longo desses 46 anos, que foi para o cacique político Aluízio Alves, em 1960.
            Chiquinho: O povo de Rodolfo Fernandes, graças a Deus, tem me compreendido e eu compreendido o povo. Por isso, estou completando 46 anos de vida pública com muito sucesso.
            Qual foi o início de sua vida pública?
            Chiquinho: Participei da primeira eleição em 1960, na então vila de São José dos Gatos, atual cidade de Rodolfo Fernandes. Meu candidato era Djalma Marinho, apoiado pelo então governador Dinarte Mariz. Perdemos para Aluízio Alves, que foi a única derrota de meu grupo. Daí em diante, não conhecemos mais nenhuma derrota majoritária.

            Existe algum segredo para toda essa longevidade política do senhor?
            Chiquinho: Não existe segredo. Mas a presença da liderança perto de seu povo é muito importante. Quando o homem do campo vai à cidade, geralmente aos sábados e domingos, sempre me encontra para recebê-lo e assisti-lo. Até mesmo para ouvir seus pedidos e propostas. Eu faço o que posso, mas se eu não puder fazer estou presente para pelo menos conversar. Hoje, geralmente, a maioria de nossas lideranças reside distante de suas bases, e quando chega aos finais de semana acha que o povo lhe cansa e deixa a cidade. Não podemos ficar ausente da população que nos elegeu.
            Qual foi a eleição inesquecível para o senhor em Rodolfo Fernandes?
            Chiquinho: Eu considero a de 1998, quando o então governador José Agripino venceu Garibaldi Alves em Rodolfo Fernandes. As minhas duas últimas eleições, as de 2000 e 2004, eu já esperava. Afinal, estava em jogo 41 anos de serviços prestados ao povo rodolfense. Na época enfrentei nas urnas, o atual prefeito, na pessoa de Titico, meu ex-secretário por muitos anos, que estava com a máquina municipal e as mentiras dos meus velhos adversários políticos, como também, com total apoio do então governador do Estado, Dr. Garibaldi Alves. Na de 2004, estava mais tranqüilo, apesar de que tive de enfrentar meu sobrinho, o ex-prefeito Silveira Neto, juntamente com o ex-prefeito Francisco Martins. Além de meus adversários do extinto MDB e atual PMDB. Mesmo assim foi uma eleição inesquecível. Em 1988, todo mundo dizia que Garibaldi Alves venceria em Rodolfo Fernandes. Mesmo assim, permaneci com o senador José Agripino e fomos vitoriosos neste município com uma maioria de 236 votos. Fui vaiado, agredido. Jogaram cachaça em mim durante um comício, pressões de todos os lados. Fui proibido de entrar nas seções durante a votação, minha casa foi revistada. O importante é que o povo continuou comigo e terminamos como vencedores.
            Isso foi uma prova de que a liderança do senhor se manteve intacta, apesar da estrutura do governo do Estado a favor do seu adversário?
            Chiquinho: Pois é. Em 2000, quando meus adversários disseram ao governador Garibaldi Alves que uma adutora solucionaria a carência d’água nesta cidade, foi da mesma forma. A adutora chegou, mas a vitória não.
            O senhor foi eleito prefeito em Rodolfo Fernandes em 1963. Quais as principais mudanças no processo de gestão pública dos últimos 46 anos?
            Chiquinho: Uma coisa que gostei foi a criação da Lei de Responsabilidade Fiscal. Antes, havia muitos pedidos. A maioria impossível de ser atendida. Com a lei, as despesas foram delimitadas, e a gente sabe melhor o que pode e o que não pode gastar. Hoje em dia é mais fácil de administrar do que na década de 60.
            Qual foi a reação do senhor quando em 2003 recebeu a visita dos fiscais da CGU que fiscalizaram os recursos federais enviados para Rodolfo Fernandes no período de 2002 a 2003?
            Chiquinho: Todos os procedimentos para receber os fiscais da CGU foram adotados por mim e pela minha equipe administrativa. Tanto o prefeito como todo o pessoal da prefeitura que fazia e ainda faz parte de minha administração estavam preparados para oferecer suporte licitamente para os investigadores da União conseguissem realizar seu trabalho dentro do prazo previsto, os quais comprovaram no relatório final que todos os recursos federais recebidos pela municipalidade foram aplicados legalmente.
            Qual foi a sua maior prioridade como prefeito de Rodolfo Fernandes?
            Chiquinho - Não existiu apenas uma, duas ou três prioridades nas minhas cinco administrações, e sim, procurei algo de bom em todas as áreas.
            É público notório que o senhor sempre teve uma grande preocupação com as questões da criança de seu município. Como estão sendo executadas as questões delas?
            Chiquinho: Rodolfo Fernandes foi um dos primeiros municípios potiguares a ter o seu Conselho Tutelar dos Direitos da Criança e do Adolescente, criado em minha terceira administração. Mas não é somente isso. Tenho o maior carinho pelas crianças deste município, principalmente aquelas mais carentes. Elas e seus pais são testemunhas do meu grande amor. Considero todas elas como minhas queridas e amadas filhas.
            Como estão andando os programas sociais voltados para os idosos desta cidade?
            Chiquinho - Os programas sociais voltados para os idosos rodolfenses vêm caminhando muito bem. Criamos o “Carnaval do Idoso” e o “Forró do Idoso”. Semanalmente eles se encontram, onde se divertem e sentem-se jovens e vivos. Aqui em Rodolfo Fernandes o idoso tem vez o ano todo, com total assistência médica e lazer. Participa de festas e caminhadas. Todas as terças e quartas-feiras, mais de cem idosos da zona urbana e rural se reúnem em um prédio da municipalidade para receber atenção médica, educação, palestras educativas, e ainda formam um grupo de orações e participam do tradicional arrasta-pé. Além de todo esse apoio, os idosos ainda participam do Projeto “Caminhando e Vivendo Passo a Passo”. O projeto foi criado por mim em 2001 e visa melhorar a qualidade de vida das pessoas da terceira idade, com caminhada e aula de ginástica.
            Qual foi seu pior adversário político?
            Chiquinho: Não digo o pior adversário e sim, o mais complicado, não por sua inteligência, e sim, pela sua burrice política, estou me referindo a Itamar. Falo assim, haja vista que no período em que eu o tinha como adversário político, minha votação só fazia crescer, enquanto a dele só fazia diminuir. Portanto, Itamar foi e não foi meu pior adversário. Imagine se ele ainda fosse o meu opositor. Minha votação estaria cada vez maior. O erro de Itamar é de falar demais.

            Chiquinho fale um pouco a respeito do resgate da cidadania em seu município?
            Chiquinho - Bolacha e água. Esse era o lanche das crianças nas creches em Rodolfo Fernandes antes de minha quarta administração. Mais do que um desrespeito com a infância de centenas de crianças, um ato de desesperança para com o futuro do município. Em janeiro de 2001, em minha quarta administração o quadro mudou, as quase 500 crianças matriculadas nas cinco creches municipais tiveram, todos os dias, lanche às 8 horas, com multimistura, cachorro-quente, suco, biscoito e até iogurte; e almoço às 11 horas. Nas escolas municipais a merenda escolar ganhou vitaminas e proteínas, com cardápio orientado por nutricionista e distribuição regular para todas as unidades, tanto na zona urbana, como na zona rural deste município.
            Chiquinho quais foram os investimentos em prol da saúde pública neste município?
            Chiquinho - Durante os últimos seis anos o atendimento médico e odontológico em meu município destacou-se como um dos mais eficientes no RGN. O quadro encontrado em janeiro de 2001 era de um Hospital completamente sucateado, sem remédios, com o centro cirúrgico fechado pela Covisa e a ambulância devolvida pelo ex-prefeito ao Governo do Estado. A desmotivação entre os funcionários era completa, até a equipe de Saúde da Família, que existia desde 1998, ainda não havia feito uma única visita domiciliar. Tudo isto ficou para trás. Bastou aplicar os recursos existentes com a sociedade e sensibilidade exigida pela estrutura de saúde. Dois médicos, dois bioquímicos e um enfermeiro foram contratados, a equipe do PSF substituída e o Programa Dentista da Família implantado. Equipamentos novos foram comprados e remédios não faltaram. Quando se fez necessário, os pacientes foram encaminhados para médicos especialistas.
            Chiquinho como anda a sua credibilidade junto ao funcionalismo público municipal?        
            Chiquinho - Um dos primeiros atos em minha quarta administração foi de mandar para a Câmara Municipal o Projeto de Lei que garante a todos os funcionários o salário mínimo, acabando de vez com o tal salário hora praticado ainda em diversos municípios potiguares. A Prefeitura de Rodolfo Fernandes resgatou ainda a pratica do pagamento dos salários dentro do mês trabalhado. Portanto, o ano de 2001 foi muito bom para os funcionários. Na administração anterior eles viviam na incerteza para receber seus salários. Nunca sabia quando ia receber o pagamento, e muito menos se iria receber o pagamento.
            Chiquinho fale um pouco a respeito dos programas sociais em Rodolfo Fernandes.
            Chiquinho - Jota Maria você, na condição de um grande conhecedor das coisas desta cidade deve saber que em 2001 foi de reorganização nas ações deste município, tendo sido uma das primeiras cidades a implantar o Programa Bolsa Escola na região Oeste, beneficiando na época mais de 580 estudantes da rede pública. Foi ainda o 3º município potiguar a entregar o Termo de Adesão ao Cartão SUS. Implantou ainda o PETI-Programa de Erradicação ao Trabalho Infantil, com 100 bolsas na área Rural. Implementou as ações do Programa de Incentivo ao Combate as carências Nutricionistas, junto à crianças, gestantes e nutruzes. Matriculou cerca de 300 rodolfenses no Programa de Alfabetização Solidária, ministrado pela UFRN, possibilitando assim de muita gente realizar o sonho de aprender a ler e escrever.
            Chiquinho fale a respeito da participação dos Conselhos
            Chiquinho - Em Rodolfo Fernandes estão em pleno funcionamento e contribuindo para o dia-a-dia da administração pública, os Conselhos de Saúde; da Assistência Social; dos Direitos da Criança e do Adolescente; do Programa Bolsa-Escola; de Alimentação Escolar; de Desenvolvimento Rural Sustentável; e de Acompanhamento e Controle do Fundec.
            Seu Chiquinho fale sobre a limpeza pública
            Chiquinho - Quando assumi a prefeitura em 2001, criei a Secretaria Municipal de Infra-Estrutura Urbana, que teve como primeiro secretário a pessoa de  meu sobrinho Placinho, e atualmente comandada por Pepeta. Essa secretaria foi criada com o objetivo de combater os problemas estruturais existentes na área urbana do município. Fez mais do que isso, logo no primeiro ano recebeu o total reconhecimento popular pelo trabalho executado. Na época foi realizada uma pesquisa em diversas ruas, e a população deu os seguintes índices de aprovação para os itens desta área: coleta de lixo – 87%, limpeza pública de esgotos – 92%, jardinagem e paisagismo – 68%, limpeza do matadouro – 84%, lavanderia – 77%, limpeza das escolas – 87%.
            Chiquinho quem vai ser o seu sucessor na prefeitura e na política rodolfense?
            Chiquinho - Ainda é muito cedo para dizer quem será meu sucessor. Temos bons nomes, como por exemplo: Jacinta, Victor, Juarez, Enoque, Berguinho e tantos outros.
            Depois do encerramento de seu 5º mandato, o senhor vai deixar a política?
            Chiquinho - Ninguém é capaz de deixar a política, e sim, é o povo que abandona o político. Não vou deixar a política, e com certeza, os rodolfenses jamais me abandonará. Somente a morte fará com que esse casamento bem-sucedido do político Chiquinho Germano com o eleitorado de Rodolfo Fernandes venha terminar. Mas devido a minha idade atualmente bem avançada, graças ao meu Bom Deus, pois ser velho é uma benção de Deus, talvez não possa mais disputar uma nova eleição, daí quero que Jacinta venha ser eleita e reeleita.
            Se o senador José Agripino e a atual governadora Wilma Faria forem candidatos do Estado neste ano de 2006, quem o senhor apoiará?
            Chiquinho – Primeiro, espero que José Agripino venha a ser candidato a vice-presidente da República. Porém, hoje, meu compromisso político é com a governadora Wilma de Faria, pelo que ela já realizou em Rodolfo Fernandes, como também pelo que encontra-se projetado para esta cidade, como por exemplo: calçamento de várias ruas, entre elas a Cazuza de Melo e a construção de setenta casas populares.
            O senhor é contra ou a favor da verticalização?
            Chiquinho - Sou totalmente contra.
            O senhor é contra ou a favor a essa possível aliança do senador José Agripino com Garibaldi Alves?
            Chiquinho - Sou contra.
            O senhor sendo do PFL e sendo contra a união entre o PFL e PMDB não teme ser expulso do partido, principalmente, em apoiar categoricamente o projeto de reeleição da governadora Wilma de Faria, do PSB?
            Chiquinho - Não preciso temer nada. O PFL jamais cometerá esse erro.
            Estamos a 13/03/2006 e continuam as indefinições no que se refere às candidaturas majoritárias para o pleito eleitoral de 01/10/2006, tanto no setor federal, como no estadual. Se não, vejamos: Para Presidente da República não temos nenhum pré-candidato, nem mesmo a reeleição de Lula está totalmente certa, haja vista que o mesmo encontra-se indeciso, apenas o PT o lançou à reeleição. No PSDB é uma polêmica geral entre Geraldo Alckmin, governador de São Paulo e José Serra, prefeito de São Paulo. No PMDB acontece a mesma coisa. O partido tem dois candidatos: Germano Rigotto, ex-governador gaúcho e Garotinho, ex-governador do Rio de Janeiro. Já no âmbito estadual nada está definido, podemos ter três candidatos ao Governo do Estado: Wilma de Faria, candidata natural, Garibaldi Alves e José Agripino ou Rosalba Ciarlini. Para o senado temos muitos possíveis candidatos. Vejamos: Fernando Bezerra, que disputa à reeleição; Geraldo Melo, que tenta seu retorno ao Senado; Ney Lopes, que depois de seu 6º mandato como deputado federal, se acha na condição de ser senador; Rosalba Ciarlini, ex-prefeita de Mossoró em três mandatos que quer ser a primeira potiguar a ser senadora; além de Robinson de Faria. Portanto, Chiquinho, o que eu quero saber do senhor - quais são seus candidatos para o próximo pleito eleitoral?
            Chiquinho - Meus candidatos para 2006 são os seguintes: Para Presidente votarei no candidato em que tiver como companheiro de chapa o senador José Agripino Maia, que poderá ser Geraldo Alckmin ou José Serra. Para governador estou firmemente com Wilma de Faria. Para o Senado votarei no Senador Fernando Bezerra. Para deputado federal continuarei com Betinho Rosado. Já para a Assembléia Legislativa não votarei mais em Adécio e estou com Raimundo Fernandes.
           
            O senhor é prefeito pela 5ª vez, sempre eleito pelo voto direito do povo. Qual seria o segredo desta história de sucesso eleitoral?
            Chiquinho - Desde que cheguei a Rodolfo Fernandes, em 1959, tenho pautado minha relação com sua população pela amizade, honradez e seriedade. Fui eleito em 1963 o primeiro prefeito constitucional do recém emancipado município, e entro neste novo milênio, 42 anos depois, novamente prefeito eleito por seu povo. Se existe um segredo, é o de encarar a vida pública com uma postura de respeito para com aqueles que confiam no meu trabalho e acreditaram na minha palavra. Foi essa forma que nessas últimas quatro décadas, jamais um candidato a presidente da República, governador, senador ou prefeito, que teve meu apoio, perdeu uma eleição em Rodolfo Fernandes.
            Seu Chiquinho em relação aos quatro mandatos anteriores será mais fácil ou mais difícil administrar o município de Rodolfo Fernandes?
            Chiquinho - É cedo para afirmar se será mais fácil ou mais difícil do que nas vezes anteriores. Em cada período enfrentamos realidades, tanto conjunturais, quanto sociais e financeiros. A própria estrutura administrativa do poder municipal mudou com o passar dos tempos, bem como a mentalidade da população, cada dia mais consciente de seu papel de fiscalizador e co-participante das atitudes e obrigações do poder público. E essa talvez seja a maior das diferenças em relação aos meus quatro mandatos anteriores. Acho que a participação da sociedade, atuando principalmente nos conselhos exigidos por lei (Social, do Fundec, da Saúde, etc.), será um fator exatamente positivo para dar credibilidade e transparência à filosofia administrativa que pretendemos implantar no município.
            Existe uma dependência enorme dos municípios em relação aos recursos estadual e federal. Sem eles, é quase impossível se pensar em realizar obras significativas. O que o prefeito pode fazer além de andar com o pires na mão?
      Chiquinho - Em primeiro lugar, aumentar o número de pires. Um é pouco. Além disso, é preciso que as equipes administrativas tenham agilidade, conhecimento e vontade para conhecer e dialogar com as mais diversas fontes de recursos que este mundo globalidade oferece. Não é fácil receber investimento, sejam eles da esfera privada, mas é possível exercer o cargo público a que nos foi confiado, de forma competente e eficaz. Se assim atuamos, é provável que um município como Rodolfo Fernandes venha realizar parcerias e convênios sérios e legais com os mais diversos órgãos e instituições, trazendo investimentos, trabalho e dignidade para os seus cidadãos, e desenvolvimento para a sua cidade.
            Como o senhor se sente sendo o único potiguar com cinco mandatos de prefeito?
            Chiquinho – É com muita honra e satisfação que pela quinta vez conduzo com muito amor, carinho, dignidade e honestidade os destinos do povo rodolfense, do qual, com certeza acho que venho obedecendo aos princípios da Lei da Responsabilidade Fiscal. Como já dizia Rui Barbosa: “a disciplina é o domínio da lei sobre as vontades”, e atualmente com essa lei, tenho procurado dinamizar minha administração relacionando o poder e o que não pode ser feito.
            Estamos no início de 2006, qual é a mensagem que o senhor deixa para os rodolfenses?
            Chiquinho - Que o restante de 2006, como os próximos anos sejam de muitas realizações e de menos dificuldades em todos sentidos de nosso querido povo rodolfense, a quem considero como todos sendo meus queridos filhos, que todos consigam aquilo que desejam. Conforme sabemos que todos nós temos um lugar ao sol e esse lugar depende do esforço e capacidade de cada um. Todos os rodolfenses têm essa capacidade de vencer, de lutar, de trabalhar e eu espero que as esperanças que estão no coração de cada rodolfense sejam multiplicadas.


CHIQUINHO CONCEDE ENTRTEVISTA AO JORNAL ‘O VALE DO APODI’
Edição nº  13 – ano 2 – Apodi, maio de 2006.

CHIQUINHO GERMANO
            Na série de entrevista com prefeitos da região, o jornal O Vale do Apodi buscará traçar panorama das questões políticas, sociais e urbana de cada município. Vamos iniciar a serie de entrevista com o prefeito de Rodolfo Fernandes, Francisco Germano Filho “Chiquinho Germano” um dos  políticos mais experientes do Rio Grande do Norte.
            Chiquinho Germano é uma dessas pessoas que nasceu para fazer política, está assumindo o quinto mandato de prefeito.
            Chiquinho Germano se orgulha de fazer parte da história deste município, é um político ativo e humilde que ainda deseja fazer mais pelo povo rodolfense.
            Chiquinho com seu jeito simples e como político com o seu carisma público exerceu uma trajetória de êxito na história do seu município. Confira com detalhes a entrevista.
            Márcio Morais – De Rodolfo Fernandes.
            Foto: Diomedio Paiva.

            O VALE DO APODI – Prefeito como surgiu o gosto pela Política?

            Chiquinho Germano – A política surgiu desde a minha juventude sempre sonhei ser político e iniciei no Centro Estudantil Mossoroense onde fui fundador, depois fundei a Associação dos Fiscais do Estado, isso também é fazer política e em 1959 vim para Rodolfo Fernandes, participei da campanha política de  1960 e em 1963fui candidato a prefeito pela primeira vez onde sai vitorioso.
            O VALE DO APODI – Como o senhor se sente sendo prefeito pela quinta vez, do município de Rodolfo Fernandes?
            Chiquinho Germano – Fui eleito pela quinta vez graças a bondade do povo da minha terra e me sinto feliz, porque ninguém é político porque quer e muito menos fica na política porque queira, o povo é quem determina a hora da gente entrar e sair e até hoje estão gostando do meu trabalho.

            O VALE DO APODI – Em sua opinião para um cidadão brasileiro fazer carreira política, deve preencher quais requisitos?
            Chiquinho Germano – Primeiro, eu entendendo, que tem  ser humilde e muito atencioso ao povo, mesmo que muitas vezes não se consiga resolver, mas é bom sempre ser verdadeiro e estar junto do povo, principalmente nas horas mais difícil da comunidade como, por exemplo, nas secas, enchentes e no dia a dia. Quando o homem do campo vem à rua a gente tem que estar presente. Faço política há 46 anos, costumo nunca perder os dias de feiras na minha cidade, porque são exatamente os dias que o homem do campo tem tempo de vir à cidade em busca de orientação e solicitação é tanto que o dia de domingo raramente eu estou  não estou na minha terra.
            O VALE DO APODI – Existe algo que o senhor fez nessa brilhante carreira política que se arrependeu e que se pudesse voltaria atráz?
            Chiquinho Germano -  Que eu me lembro não. Porque atenção ao povo sempre tive e quando não podemos resolver os problemas eu acredito que seja compreendido.
            O VALE DO APODI – O senhor é considerado um dos políticos mais experientes do Rio Grande do Norte se fosse um dá um conselho político para alguém que estar entrando na política, qual seria?
            Chiquinho Germano – Primeiro eu diria se não tiver tempo e humildade não entre, porque desde que a gente entra na política a gente não nos pertencemos mais e sim temos que esta sempre junto ao povo e as comunidades, principalmente o político de cidade do interior como é o meu caso.
            O VALE DO APODI – Qual avaliação o senhor faz aos Governos de Wilma de Faria e do Presidente Lula?
            Chiquinho Germano – A governadora Wilma de Faria tem trabalhado muito pelo Rio Grande do Norte e isso é percebido em toda região por onde agente anda. Já o presidente Lula a pessoa dele em si tem procurado ajudar aos mais necessitados com seus programas sociais, mais seria um grande governo se olha-se melhor para o homem do campo. A reforma Agrária seria um grande passo, mas esta cheia de malandro e de pessoas que jamais foram agricultores que estão se aproveitando da  oportunidade e se infiltrando na massa pobre trabalhadora do nosso País para tumultuar e tirar proveito com isso, conheço pessoas que já fizeram partes em 20 assentamentos  rurais e sempre pegando um pouco da terra e vendendo.
            O VALE DO APODI – O senhor acha que esse dois governos devem se reeleger?

            Chiquinho Germano – Em minha opinião eu acho que Wilma de Faria sim deve permanecer para dar continuidade aos projetos dela em benefício do RN, mas eu acho muito difícil a permanência de Lula, eu já votei nele, mas no momento não tenho essa intenção.
            O VALE DO APODI – O que o senhor destaca na sua administração?
            Chiquinho Germano – Prestamos excelentes serviços nas áreas de saúde, educação. O povo aqui é muito satisfeito com nossas ações.
            O VALE DO APODI – Quais os principais projetos para Rodolfo Fernandes até o final dessa sua quinta gestão?
            Chiquinho Germano – Daqui pra frente a minha prioridade será a área habitacional, estou buscando apoio junto a Caixa Econômica Federal para construir o maior número de casas populares. Em Rodolfo Fernandes existe um considerável déficit habitacional e estamos buscando soluções para resolver esse grave problema.
            O VALE DO APODI – O que a Prefeitura tem feito em relação à geração de empregos?
            Chiquinho Germano – Nosso município é totalmente agrícula e nos sempre incentivamos bastante a agricultura principalmente a familiar.

            O VALE DO APODI – O governo do Estado fez alguma coisa por Rodolfo Fernandes durante essa sua gestão?
            Chiquinho Germano – O governo do Estado tem nos ajudado muito com o Programa “Luz Para Todos”, o município de Rodolfo Fernandes tem mais de 90% de área rural eletrificada e até o fim do ano vamos executar os cerca de 10% que restam para deixar o município 100% eletrificado. Na área habitacional ganhamos 70 casas populares e fazemos parcerias em outras áreas como saúde, educação e assistência social.
            O VALE DO APODI – Quais as maiores dificuldades enfrentadas pelo seu governo?
            Chiquinho Germano – A falta de receitas, pois a Prefeitura de Rodolfo Fernandes vive praticamente do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), não temos ICMS, Royalty, ISS, todos os recursos que recebemos são bem reduzidos e temos que esta com os pés no chão para manter nossos compromissos em dia e mantemos as nossas finanças totalmente controladas, pagando a funcionários e fornecedores em dia.
            O VALE DO APODI – Com relação à campanha estadual, o senhor já tem uma definição sobre sua posição política?
            Chiquinho Germano – Já tenho sim. Sempre fui um político de posição. Para o Governo do Estado eu voto na governadora Wilma Faria (PSB) para o senado estou com Fernando Bezerra (PTB) e os meus deputados estadual serão  Raimundo Fernandes (PMN) e federal, Betinho Rosado (PFL) e se José Agripino for candidato à vice-presidente de Geraldo Alckmim voto com ele.
            O VALE DO APODI – Como estão as ligações dos Poderes Executivo e Legislativo?
            Chiquinho Germano – Estamos bem. Temos 6 vereadores dos nove que tem acento na Casa do Povo. Os outros três vereadores que me fazem oposição negam tudo. Quando fui calçar a Rua Marcelino Grande, não tive apoio dos três vereadores e terminaram votando contra essa obra que beneficiava exclusivamente o povo.
            O VALE DO APODI – Que avaliação o senhor faz do comportamento do grupamento oposicionista?
            CHIQUINHO GERMANO – Eu acho que eles fazem oposição de uma maneira que não se constrói, tudo que faz parte da minha administração eles estão contra, mesmo que beneficie a população. Não podemos fazer política dessa maneira.
            O VALE DO APODI – O senhor já tem um nome em mente para substituí-lo na política?
            Chiquinho Germano – Ainda está muito cedo, desde que agente lança um candidato muito cedo ele começa a se queimar e são poucos os que se antecipam e vencem as eleições. Vou deixar para fazer esse anuncio para o ano das eleições de 2008.

            O VALE DO APODI – Quando terminar o seu mandato o senhor pretende sair da política ou ainda pretende disputar uma eleição?
            Chiquinho Germano – Bote uma coisa na sua cabeça. Ninguém deixa a política, o povo é que deixa a gente. Quando você, ver um cidadão dizer que deixou a política, ele não deixou não, foi o povo quem deixou ele pra traz. O Povo é quem vai dizer o dia em que devo deixar a política, nunca tive uma derrota aqui no meu município se eu for candidato e perder eu jamais serei político, porque o povo sinalizou que não me quer mais. Mas isso ainda não aconteceu.
            O VALE DO APODI – O senhor poderia deixar uma mensagem especial para a população rodolfenses?
            Chiquinho Germano – Sou muito grato ao povo de Rodolfo Fernandes e só tenho que agradecer a esse povo que sempre confiou em meus projetos e fique ciente de que continuarei trabalhando para buscar melhores dias para meus conterrâneos.

            QUEM É MÁRCIO MORAIS – Márcio Carlos de Morais, natural de Apodi-RN, nascido em 25 de janeiro de 1978, filho de Francisco Morais de Assis e de Maria Gorete Carmo Morais. Ex-assessor de Comunicação da Prefeitura Municipal de Apodi, na 2ª administração do prefeito José Pinheiro Bezerra. Fundador do Jornal mensal  “O VALE DO APODI”.

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